A Mentira e suas consequências

No Dia 1° de Abril, comemora-se o Dia da Mentira, mas poucos conhecessem a origem mais popular desta data. A versão mais conhecida remete ao Século XVI na França. Lá, a chegada do Ano Novo era comemorada durante uma semana, iniciando dia 25 de Março à 1° de Abril.

Em 1564, o Rei Carlos IX optou por trocar a data. Daquele dia em diante, o Ano Novo seria celebrado no dia 1° de Janeiro, devido à agregação do Calendário Gregoriano. Porém, alguns franceses resistiram à mudança e continuaram seguindo o Calendário antigo.

Assim, muitas pessoas começaram a fazer brincadeiras e a ridicularizar aqueles que insistiam em continuar a considerar o primeiro dia de Abril como Réveillon. Esses eram considerados bobos, pois seguiam algo que era sabido não ser verdadeiro.

Historicamente, as dimensões e os contextos de mentiras contadas assumiram papéis muito mais dramáticos do que ocorreu na França. Entre os brasileiros, o Dia da Mentira começou a popularizar-se em Minas Gerais, através do periódico “A Mentira” que tratava de assuntos efêmeros e sensacionalistas do começo do Século XIX. Este periódico teria lançado em 1º de Abril de 1848, uma matéria que noticiava a morte do então imperador Dom Pedro II. Dois dias depois, o Jornal teve que desmentir à publicação, visto que muita gente realmente acreditou nela.

Na era da informação, o impacto que essas notícias mentirosas têm sobre os atos e pensamentos do coletivo social, alcançam escalas gigantescas. Segundo uma pesquisa realizada por estudiosos do Massachusetts Institute of Tecnology (MIT), nos Estados Unidos, a probabilidade de uma notícia falsa ser compartilhada é significativamente maior do que uma verdadeira, chegando até 70% as chances de se repostar uma informação mentirosa em detrimento da correta.

Já dizia Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler: “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. A grande consequência da exposição constante às fake news são os efeitos persistentes que elas podem ter. Estudos científicos apontam que, mesmo após confrontadas com a verdade, diversas pessoas sob a influência de notícias falsas mantêm opiniões e convicções errôneas. Portanto, talvez uma “mentirinha”, seja ela do tamanho que for, não seja tão inofensiva assim, não é verdade?

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