São Paulo e seus majestosos 465 anos

A quarta maior metrópole do mundo ostenta seus mais de 20 milhões de habitantes, mas será que sua população lembra de suas origens?

Hoje, ano de 2019, São Paulo é uma das maiores metrópoles da Terra. São mais de 20 milhões de pessoas que vivem na região metropolitana que foi batizada como a “terra da garoa”. Ainda assim, mais de 70 Países marcam a história, cultura, culinária, esportes, arquitetura, e tantos outros costumes. Uma cidade que teve nos imigrantes o apoio necessário para a agricultura do café, nos anos 1850 em diante, mas que, como o Brasil na época, também utilizou nos anos anteriores mão de obra escrava.

E a escravidão no Brasil, e São Paulo inclusa, foi extensa. Foi somente em 1888 (131 anos atrás), com a assinatura da Lei Áurea, que o País deixou de ser escravocrata. Não podemos esquecer essa memória, que não é tão antiga assim.

Vamos atentar-se, então, ao início de São Paulo: Quando os Jesuítas decidiram abrir uma missão para catequização dos indígenas, ainda em 1553, nunca pensaram que a cidade seria uma das maiores do planeta. Padre Manuel da Nóbrega, superior da Companhia de Jesus no Brasil, sentiu um gosto pela região do planalto que serviria para a fundação da cidade.

Então, em 1554, um grupo de Jesuítas, comandado pelo padre Manuel da Nóbrega e auxiliado pelo também jesuíta José de Anchieta, ergue um barracão de taipa de pilão, com o consentimento dos chefes indígenas locais (como o cacique Tibiriça e o chefe Tamandiba). A construção fica localizada na colina de topo plano entre os rios Tietê, Anhangabaú e Tamanduateí, hoje conhecida como Sé.

No dia 25 de Janeiro daquele ano, bem no dia que se comemora a conversão do apóstolo Paulo, o padre Manuel de Paiva celebra a primeira missa na colina. Temos, então, o nascimento da cidade de São Paulo.

Relembrar o que aconteceu na nossa história, o que os antepassados nossos viveram, contribui para uma construção da nossa identidade. A história, os registros, e tudo mais são um dos bens mais preciosos para a humanidade. Quando o Museu Nacional do Rio de Janeiro foi sucumbido pelo fogo, irresponsavelmente, ainda 2018, grande parte da nossa história foi perdida, e isso é expressivo pois com o estudo do passado é possível projetar um futuro.

Não podemos mudar o que já fizemos, mas com o conhecimento do passado é possível aprender e tornar o futuro um lugar melhor. É como disse Miguel de Cervantes: “A história é émula do tempo, repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro”. Ouvir a voz desse pensador, criador do clássico Dom Quixote, é também aprender sobre a história. Todas as vozes de autores, poetas, romancistas, dramaturgos, e muitos outros, precisam ser também exaltadas. No meu livro “Nove” apresento um texto, em forma de poema, chamado “A Voz do Passado”, exemplo do meu afeto e valorização à nossa história, inclusive a pessoal.

“Sempre deu certo
Lembrar da voz de outrora
Símbolo eficaz da experiência
Coitado de quem a ignora.”

Um salve a São Paulo, e também um parabéns a todos que fizeram a história dessa grande metrópole.

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